terça-feira, 28 de outubro de 2014

Snowman and unknown Finns

On Saturday, October 25, we visited Rovaniemi. It was very special because it has the first big snow in the season.
In the morning, we were looking for the bus for Santa Claus and Vicente interrupted the Nordic walking of an old lady. She showed exactly where the bus stop was. Ten minutes before the arrival of the bus, she came back to certify that we would take the correct bus and showed Artur how to make a snowman. We were trying some minutes before, but we didn't manage to build it. And she showed us a so easy way! Take a small snowball, roll it over snow and it will be bigger and bigger.



After that she told us she was 78 years-old and used to walk 3 to 4 km a day.

So, this is a special homage to all unknown Finns that make our stay here so enjoyable.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Visita à Escola Kauriala (ensino médio) - Visit to Kauriala Upper Secondary School

No dia 20/10, visitamos a escola de ensino médio Kauriala (Kaurialan lukio), em Hämeenlinna, que atende 550 alunos. Conhecemos alguns projetos, a estrutura do currículo de ensino médio e o processo do exame de acesso às universidades, chamado de matriculation examination.

Projeto Matemática e Balé

O professor de matemática Sakari Salonen apresentou um projeto que integra geometria, física e balé clássico. Durante esse projeto, os alunos trabalham com conceitos físicos relacionados ao balé, como rotações. Duas vezes ao ano, vão a Helsinki, conversam com bailarinos e assistem a uma apresentação de balé.
Decoração na sala de matemática

Phenomenon based learning

A professora de línguas Liisa Virtanen apresentou a proposta de trabalho que realiza em conjunto com outros professores: trabalham um tema que pode ser expresso de diferentes formas pelos alunos. Três alunas mostraram seus trabalhos sobre o tema poder. Foram apresentados: dança com música, poesias e um conjunto de pinturas.

Administração

Alguns pontos interessantes sobre a administração:
  • os alunos também participam do processo de seleção de professores. A associação de alunos parece ter um papel bastante ativo na escola.
  • assim como na escola de ensino fundamental que já havíamos visitado, aqui também há grupos de trabalho divididos por temas e por áreas do conhecimento.
  • confiança é a palavra-chave.

Corredores e salas

Algumas fotos de salas de aulas e corredores. Gosto dessas exposições, nos corredores, com objetos históricos de diferentes áreas e animais empalhados. Durante esse percurso, fomos guiados por três alunas.
Espaço para estudos


Produção dos alunos

Aula de artes


Vista parcial do refeitório

Laboratório de química

Sala de aula

Currículos

As diretrizes nacionais para o ensino médio estão em http://www.oph.fi/english/curricula_and_qualifications/general_upper_secondary_education. O documento em pdf é http://www.oph.fi/download/47678_core_curricula_upper_secondary_education.pdf (irei fazer referência a algumas páginas desse documento).
O currículo nacional dá as diretrizes gerais, mas cada escola prepara seu currículo e planeja a organização escolar (página 8). A partir disso, cada estudante seleciona, com auxílio do conselheiro (que é uma carreira independente), seu caminho formativo. Ou seja, há bastante liberdade para o aluno escolher a área de conhecimento do seu interesse.
Ao longo dos três anos, cada área é dividida em cursos obrigatórios, que todos os alunos devem cumprir, e uma parte avançada opcional. Para a língua materna e matemática, o conjunto obrigatório é maior.
O número mínimo total de cursos que o aluno deve cumprir é de 75. Na média, cada curso tem 38 aulas de 45 minutos. Um bom resumo está em https://webgate.ec.europa.eu/fpfis/mwikis/eurydice/index.php/Finland:Teaching_and_Learning_in_General_Upper_Secondary_Education
Estatísticas sobre números de estudantes estão disponíveis em https://webgate.ec.europa.eu/fpfis/mwikis/eurydice/index.php/Finland:Upper_Secondary_and_Post-Secondary_Non-Tertiary_Education

Matemática

Em matemática,  na escola Kauriala, os cursos básicos envolvem os temas álgebra, geometria, somatórios, derivadas, probabilidade, logaritmos, matemática financeira, vetores. O caminho avançado envolve álgebra, funções, geometria plana e espacial, geometria analítica, vetores, probabilidade e estatística, cálculo diferencial e integral, teoria de números, lógica, matemática numérica, séries, números complexos e equações diferenciais. No documento nacional, matemática está na páginas 122-132.

Física

Em Física (página 149), há apenas um curso obrigatório, que discute a interação entre matéria e energia, forças, movimento, história da física, experimentação e modelagem. Há 7 cursos avançados: calor; ondas; leis do movimento; rotação e gravitação; eletricidade; eletromagnetismo; e matéria e radiação.

Línguas estrangeiras

Para os alunos que iniciaram o estudo de inglês no fundamental I, espera-se que atinjam ao final do ensino médio um nível B2.1 (que seria um intermedário avançado) nas quatro habilidades (leitura, escrita, compreensão auditiva e fala) (página 102). Pela experiência que estamos tendo aqui, realmente eles atingem esse nível intermediário avançado. É possível conversar em inglês com praticamente qualquer pessoa.

Matriculation examination (ylioppilastutkinto)

Como há liberdade de escolha do caminho formativo no ensino médio, o exame de acesso ao ensino superior não é fixo.
Vou tentar resumir o funcionamento do exame. Há mais informações em http://www.ylioppilastutkinto.fi/se/english
O exame é organizado duas vezes ao ano (primavera e outono). De forma resumida, o aluno tem que ser avaliado em no mínimo quatro áreas obrigatórias, sendo língua materna uma delas. As outras três obrigatórias são escolhidas dentro das 4 seguintes opções: segunda língua, língua estrangeira, matemática e um teste dentro da área de ciências e humanidades. O exame é particionado em três momentos (em um exemplo hipotético, em 2014-2, o aluno faz matemática; em 2015-1, língua materna e língua estrangeira e em 2015-2, física). Assim, completaria o mínimo de 4 áreas. Na prova de matemática, refletindo o currículo nacional, o aluno pode escolher pela avaliação básica ou avançada. O mesmo ocorre para a segunda língua e língua estrangeira. Em matemática, é permitido usar calculadora e tabelas aprovadas pelo conselho que organiza o exame.
De forma muito interessante, o professor da escola faz a primeira correção da prova. Depois disso, há uma correção independente e o professor pode comparar sua avaliação com a nacional.
É importante destacar que as universidades podem combinar esse exame com provas específicas (entrance examinations).

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Primeira neve em Hämeenlinna

15 de outubro e, no meio da manhã, a primeira neve. Muito legal!
4ºC na rua.
Obrigado prof. Brian por ter interrompido a aula para vermos esse momento.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ensino de Empreendedorismo - Entrepreneurship education

No dia 14/10, o tema da aula com a Profª. Seija Pajari-Stylman foi ensino de empreendedorismo. Resumindo em uma palavra-chave, a lição que ficou para mim foi que empreendedorismo é um tema que se aprende fazendo (learn by doing). Relatei sobre o projeto Junior Achievement, um exemplo excelente. Aproveito para parabenizar a miniempresa IFSCiente, de alunos do IFSC Campus Florianópolis, que conquistou o prêmio produto oportunidade em SC. Isso é resultado do esforço dos alunos, voluntários da JA e, em especial, do prof. João Goulart Jr., que coordena, com muita dedicação, o projeto.
O produto vencedor foi uma prancheta dobrável, Bloc-Notes. A minha está sendo usada aqui na Finlândia!


Prancheta dobrável Bloc-Notes, projeto da Miniempresa IFSCiente
Mais sobre a IFSCiente em https://www.facebook.com/ifsciente.sae e sobre o prêmio MiniEmpresa, que agora vai para a etapa nacional, em http://www.premiominiempresa.org.br

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Caminho alternativo

Às vezes, por desconhecimento, a gente acha que só existem dois caminhos: à direita ou à esquerda.


Não sou economista. Então aqui vão meus devaneios.
O caminho americano argumenta que o Estado é ineficiente e tudo deve ser entregue à iniciativa privada. Liberdade é seu mantra. Você tem a liberdade de subir na vida. Você pode fazer qualquer coisa. Só esquece de dizer que, na prática, não é bem assim. Uma pessoa normal pode se matar de trabalhar, sacrificar seus fins de semanas e férias, e no final, melhora sua renda, sim, mas não na mesma proporção da parcela que já é rica. E daí, você, pessoal normal, quando percebe, (não) viu a infância dos filhos passar.
Já aquele em um "estrato isolado" não tem com que se preocupar. Já tem a vida ganha.
E como admitir que simplesmente "foi falta de esforço" da pessoa normal? Se você convive com as pessoas normais, com estudantes como eu vejo, você percebe que não é bem assim. Porque se um dia um é assaltado na frente da escola, outro sofre acidente de moto, outro está com a mãe no hospital e tem que lutar por atendimento, como admitir que é só "falta de esforço"?
Quando li How children succeed, livro que discute razões para as crianças americanas terem problemas na escola e como ajudá-las a superá-los, a lição final que ficou para mim é que em uma sociedade podre, professor não pode ser visto como super-herói.

O outro lado abomina a iniciativa privada, mas não deixa seus cidadãos saírem para o mundo, tolhe a liberdade. Isso é horrível para mim.

É admirável como a Finlândia mostra alternativas.

Mostra que o serviço público pode ser de qualidade. É claro que às custas de impostos - 43% do PIB, mas se você não precisa se preocupar com a educação de seu filho em qualquer nível, se não precisa começar a poupança para a faculdade dele a partir da maternidade, como nos EUA, me parece razoável.
Mostra que você não precisa escolher uma escola, todas tem qualidade alta, não só algumas poucas top.
Mostra, como experimentei no último fim de semana, que as estradas podem ser bem conservadas e sinalizadas, sem que seja necessário pagar pedágio. Não experimentei, mas os colegas daqui já comentaram que no inverno brabo, você sai às 7 da manhã de casa e as estradas já foram limpas da neve. Você pode ir para onde quiser.
Mostra, como comentou um colega da Holanda, que há um bom balanço trabalho e descanso. Que se trabalha bastante, mas também se vive com a família, com os filhos. Que é possível usufruir da natureza, dos parques, lagos, sauna. E que, mesmo depois que escurece, pode-se andar tranquilo pelas ruas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Visita institucional à Escola Técnica Tavastia - Visit to Tavastia Vocational School

Em 10/10, fizemos uma visita institucional à Escola Técnica Tavastia (Tavastia Ammattiopisto), em Hämeenlinna.

Consórcio 

Tavastia é um consórcio de instituições de ensino de propriedade de 6 municípios. É um consórcio porque engloba escolas de ensino médio regular, uma escola técnica e um escritório de treinamento de aprendizes.

A escola técnica

Está situada em Hämeenlinna e fisicamente compreende 20 edificações. Oferta cursos em diversas áreas. Nessa visita, conhecemos as instalações de alguns dos cursos.

Alguns números sobre a Escola Técnica

Auditório

Instalações do cursos da área de gastronomia

Um dos ginásios, sendo usado para formatura

Instalações do curso de cabeleireiro e estética

Um dos corredores do "labirinto" (a Escola é muito grande)

Instalações do curso de mecânica

Instalações do curso de mecânica (soldagem)

Instalações do curso de mecânica automotiva

Instalações do curso de mecânica automotiva

Corredor externo

Móveis da cafeteria, feitos inteiramente por alunos da Escola

Instalações do curso de trabalho em madeira

Instalações do curso para formar pintores

Instalações do curso para formar pintores

Refeição do dia

Refeitório

Instalações do curso de tratamento de superfícies (pintura)
Pontos a destacar:
  • os móveis da cafeteria feitos pelos alunos que trabalham com madeira, couro e pintura;
  • a cafeteria que vende produtos confeccionados pelos alunos dentro da Escola;
  • a prestação de serviços a clientes externos em boa parte dos cursos (manutenção automotiva, mecânica);
  • a operação do refeitório com pessoal próprio, não-terceirizado.

Museus e a valorização do trabalho

No fim de semana de 11 e 12/10, visitamos dois museus: Forum Marinum, em Turku, e o Museu Ferroviário da Finlândia (Suomen Rautatiemuseo), em Hyvinkää.
Além da organização, o que me chamou a atenção foi a valorização do trabalho das pessoas que trabalharam na construção de navios e de trens. Nos dois museus, havia oficinas. No Marítimo, inclusive com sons - no início, pensei que havia uma construção ao lado do prédio, tamanho o realismo.




É um pouco triste, mas não deixam de contar que a empresa Wärtsilä fechou a fábrica de motores de navios de Turku em 2004.

Central telefônica eletromecânica funcionando!

Fizemos uma visita ao Museu Ferroviário Finlandês (Suomen Rautatiemuseo), em Hyvinkää, em 12/10. Gostei muito porque na seção dedicada às crianças havia uma central telefônica eletromecânica (relés) em pleno funcionamento. A central está inclusive conectada à rede pública através de um ramal.

O engraçado foi ter que mostrar para o Artur como se usa um telefone com disco. Ele nunca tinha visto um em funcionamento. E é muito interessante ouvir e ver o cleq-cleq dos relés para conectar os ramais.



Entrevistas com estudantes - Interview with students

No dia 13 de outubro, conversamos com estudantes do curso que no Brasil seria Sistemas de Informação, ofertado no Campus Visamäki da HAMK. Esse é um curso de 210 créditos, com duração de 3,5 anos.
Ficamos Pedro, Priscila e eu com dois grupos. O primeiro, com 6 alunos e o segundo com 4. Interessante que os grupos foram bem diferentes. No primeiro, foi difícil de arrancar alguma palavra. Pareciam a imagem do típico finlandês. Só dois alunos interagiram mais. Já no segundo grupo, a participação e interação foi mais equilibrada. Tentei descobrir uma razão para essa diferença, mas não encontrei. Em ambos os grupos, os alunos eram de Hämeenlinna ou cidades pequenas próximas, com faixa etária de 20 anos. Só um era de Tampere.

A cidade

De modo geral, o que senti é que acham Hämeenlinna meio sem graça. The city is ok; the location is good. Pelo que entendi, para a gurizada, assim como no Brasil, cidades mais agitadas tem um apelo maior. Pelo menos, de Hämeenlinna é fácil ir para Tampere ou Helsinki. O aluno que era de Tampere está gostando de morar aqui porque está fora da casa dos pais.

Ensino médio

Nesse grupo de 10 alunos, só 1 fez ensino técnico na área de Elétrica. Os outros estudaram no ensino médio regular.

A escolha do curso

Para alguns deles, HAMK não foi a primeira opção da prova que seria equivalente ao nosso ENEM (matriculation examination), dando acesso ao ensino superior. A escolha pela área de tecnologia deve-se à percepção de que há oferta de trabalho. Um deles citou que 95% dos alunos saem empregados. Há um certo apoio na escolha do curso por parte da escola de ensino médio, pois os alunos tem alguns encontros com um conselheiro, principalmente no último ano, antes do matriculation examination. Assim como no Brasil, a concorrência em alguns cursos como Medicina ou Direito é alta.

Qualidade do curso

Em relação à qualidade do curso, não sentem problema em estar em uma cidade menor. Acham que o curso é bom e que a qualidade dos cursos não varia muito dentro da Finlândia. Senti um pouco de apatia no primeiro grupo; o segundo parecia mais animado com o curso.

Welfare state

Em um dos grupos, acabamos conversando sobre o sistema de welfare state. Há certa discussão sobre esse tema na Finlândia, mas me pareceu que acham importante, pois nem todo mundo consegue emprego de imediato. Também permite que não exista muita desigualdade social, o que é bom para todos. O que achei mais interessante é que o objetivo do seguro-desemprego é manter a dignidade do indivíduo, de modo que consiga se reestabelecer no mercado de trabalho. Não é um serviço de migalhas, só para não passar fome. De qualquer modo, como implica em carga elevada de impostos, há contestações sobre sua existência.

Inglês

Acho que às vezes nem eles tem a percepção de que tem um bom nível de inglês para conversação. Ninguém fez curso extra, só o oferecido pelas escolas regulares do fundamental e médio. O que acham que ajuda um pouco é o fato de que não há dublagem na TV; os programas são legendados.

Serviço militar

Desse grupo de 10, somente dois não fizeram serviço militar por conta de problemas de saúde. O período mínimo é de 6 meses e o recruta ganha 5 euros por dia de serviço. Esse valor baixo é meio desanimador para eles.

Experiência internacional

Eu imaginava que os alunos eram mais "viajados", que saiam pela Europa, mas essa não parece ser a realidade. Alguns comentaram que vão para as praias de lagos no sul da Finlândia. A internacionalização parece ser um desafio aqui, e muito maior no Brasil.

====================
On Sept, 13, we talked with students of Information Technology, a course offered by HAMK at Visamäki Campus. This course has 210 credits and it takes 3.5 years.
Pedro, Priscila and me talked with two groups. The first with 6 students and the second one with 4. It is interesting because the groups were different. The first one was more finnish, with less words. Students were from Hämeenlinna or nearby cities. Only one student was from Tampere. Their age was about 20.

The city

I think they feel Hämeenlinna a little boring. The city is ok; the location is good. Young people, as in Brazil, like bustling cities. At least Hämeenlinna has good connections to Tampere or Helsinki. The student from Tampere likes to live here because he is out of his parents' home.

High school

Only one student has completed a vocational course in this group of 10. The other 9 have completed general upper secondary schools.

Course choice

For some of them, HAMK was not the first choice in the matriculation examination. The choice for ICT seems to be related to the workplace. One of the students told us that employment rate after graduation is 95%. High schools offer some kind of guidance and counselling, specially in the last year before matriculation examination. Like in Brazil, Medicine and Law are very competitive.

 Course quality

Despite living in a small city, they don't notice problems with the quality of the course. They think that the course is good and the quality inside Finland is not so different.

Welfare state

In a group, we talked about the welfare state. There is some discussion in Finland about this theme, but students think the system is valuable, since there is some shortage of employment. It also helps in reducing social inequality, what is good for everybody. I appreciated the goal of the system: maintain the dignity of the person, in a way he/she can look for another job without so much pressure. It is not only a service to avoid hunger. Anyway, as it works based on taxation, there is discussion about it.

English

I think they don't notice how good is their English conversation level. And what impress me is that it is only from regular schools. They think closed captions in Finnish TV help them to develop listening skills.

Military service

Only two in the group have not been to Army, because of health problems. They spend 6 months there and they earn 5 euros a day. This is a discouraging low salary

International experience

I thought young people here was more used to travel abroad, at least to the rest of Europe. But it seems this is not true. Some one them have summer vacation in lake beaches, at the south of the country. Internationalization is still a challenge here, and a much bigger in Brazil.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Observando aula do curso técnico em informática - Observing ICT course class

No dia 9 de outubro, fizemos uma visita à Escola Técnica Ammattiopisto Tavastia, para observar uma aula do curso equivalente ao técnico em informática no Brasil. Aqui, em inglês, é chamado ICT technician, dentro da área de qualificação Information and Telecommunications Technology, cujo currículo nacional está disponível no site do Ministério da Educação.

A Escola Tavastia tem 13 blocos e o curso técnico de informática está no bloco G.
Entrada do bloco G, onde estão as salas do curso técnico em Informática.


Acompanhamos uma aula de alunos do segundo ano, que estavam fazendo a instalação de um sistema Linux, o Ubuntu, com o professor Petteri Pyykkönen. Essa aula iniciou às 12h20, após o intervalo de almoço, e terminou às 14h.
Nesse laboratório, cada aluno tem duas máquinas e três monitores. Em uma máquina, acessa a rede, buscando material (e nos momentos de folga, jogando). No outro monitor da mesma máquina, fica anotando o que está fazendo em uma espécie de diário (learning diary), um blog pessoal, que o professor usa como parte da avaliação. Na segunda máquina, o aluno faz a instalação do sistema. Nessa aula, eles tinham 6 tarefas a cumprir, começando pela instalação em si, alteração da área de trabalho, atualização e instalação de pacotes, etc.

Alunos em aula prática de instalação de Linux





Observamos que há bastante liberdade tanto para o professor quanto para o aluno. O que interessa ao professor é que os alunos aprendam e mostrem que as tarefas foram cumpridas.
Eles não precisam ter as aulas dentro da escola. Avisando com antecedência, o professor pode fazer as aulas à distância, interagindo, via Adobe Connect, com os alunos. Professor em casa, alunos em casa, todos trabalhando.
Perguntamos sobre os processos de compra e o professor relatou que para adquirir um software que achou interessante para os alunos, a licença educacional do Construct, bastou conversar com a chefe do departamento e fazer o pagamento com cartão de crédito. No mesmo dia, o software já estava disponível para uso pelos alunos.
O mesmo aconteceu com a montagem de uma sala só com computadores Mac. Uma professora achou importante que os alunos aprendessem sobre as ferramentas de edição de mídia no Mac, acertou com a chefe do departamento, e o laboratório foi montado.
Outra sala de aula, com 20 computadores Mac.
O professor Petteri também relatou sobre um evento que é inteiramente organizado pelos alunos, que é o Tavastia Games. Os alunos montam toda a infra-estrutura de rede, instalação dos computadores, venda de ingressos, para um torneio de games em um fim de semana inteiro na primavera. Os participantes podem inclusive dormir na escola. Em 2014, teve torneio de League of Legends, Tony Hawk 4, Tekken e xadrez.

Contou que fez algumas viagens para acompanhar outros sistemas educacionais, na Alemanha, Inglaterra e outros países. Também viaja, todo ano, para a feira CeBIT, na Alemanha, para se atualizar. E ainda nos mostrou que faz cursos na plataforma Lynda.

A carga horária do professor é variável: dentro do ano escolar (neste ano, de agosto/2014 a maio/2015), há 5 períodos (aproximadamente bimestres). No primeiro período, que acabou em 5/10, ele estava com 24 horas de atividades. Agora no segundo, está com 14h. Disse que não é incomum ficar um período no ano sem aulas, quando aproveita para se capacitar.

Nos deu liberdade para conversar com os alunos. Um deles está fazendo informática, mas depois quer ir para a Escola de Teatro. Vê informática como algo que pode ajudá-lo na carreira e gosta do curso. Perguntamos se era fácil passar para outra carreira e ele disse que sim, o ensino técnico é reconhecido. O outro aluno não sabe ainda o que vai fazer, só sabe que tem que ir para o Exército, mas também gosta do curso porque é mais prático que o ensino médio regular. Ele tinha feito um ano de médio e depois trocou para a escola técnica.

Resumindo, eu vi na prática, nesta Escola Técnica, o que está escrito no documento do Ministério da Educação, Teachers in Finland, trusted professionals:
  • Teachers are autonomous professionals: comprovado. Tem a liberdade de decidir como conduzem as aulas, como se capacitam, qual e como usam a infra-estrutura;
  • Teachers are not obligated to be at school on those days when they have no lessons or other particular duties: comprovado. O que interessa é que o resultado final, o aprendizado dos alunos, seja atingido;
  • Teachers themselves have been given greater responsibility for developing their professional skills and expertise: comprovado. É da responsabilidade de cada um, com total suporte da instituição, se manter atualizado.

Ensino técnico - Vocational studies in Finland

Como funciona o ensino técnico na Finlândia?

Depois de terminar o ensino fundamental (de 9 anos), um jovem tem duas opções de ensino: o ensino médio geral (general upper secondary education) ou o ensino técnico (vocational education).

Quadro geral do sistema educacional finlandês (Fonte: Ministério da Educação da Finlândia)
Há três formas de obter um diploma de ensino técnico:
  • na forma chamada curriculum-based (que é para aquele jovem do meu exemplo); 
  • na forma competence-based (geralmente para adultos, que já tem certa experiência e querem alguma forma de atestá-la oficialmente);
  • como apprenticeship training (para um jovem que já está trabalhando na área e quer obter sua qualificação dentro da empresa).
Irei me deter, neste artigo, ao primeiro caso. A primeira pergunta que pode vir é: por que um jovem se interessa em fazer um curso técnico?
Pelas entrevistas que fizemos com alguns estudantes, a motivação é estudar algo prático, ver aplicação real e abrir um caminho para o mundo do trabalho. Atualmente, o caminho do ensino técnico é seguido por aproximadamente 40% dos egressos do fundamental.
Há 53 opções de qualificações, com subdivisões chamadas study programmes levando o número a 119. Por exemplo, dentro da qualificação de tecnologias da informação e comunicação, há dois programas de estudo:
  • electronics assembler;
  • ICT technician.
Os cursos técnicos tem uma estrutura de 120 créditos, sendo que nessa modalidade curriculum-based, duram em torno de 3 anos. Como já mencionei em outro artigo, vale a pena explicar o sistema de crédito. Cada crédito equivale a 40 horas de trabalho do estudante, ou seja, engloba todos os projetos, tarefas e demais atividades que o estudante desenvolve também fora da sala de aula. Ou seja, um curso técnico tem 4800 horas, mas isso não representa exclusivamente tempo dentro da sala de aula.
Desses 120 créditos, 90 são dedicados à parte técnica. 20 créditos englobam o estudo obrigatório de línguas (materna, segunda língua e estrangeira); matemática; física e química; artes e cultura; temas sociais, negócios e trabalho; educação física; e saúde. Por fim, há 10 créditos de escolha do estudante.
Todos os currículos nacionais das qualificações estão no site do Ministério da Educação (em inglês).

Atualização em maio/2015: O sistema de ensino profissional foi reformado no final de 2014 e a carga horária foi alterada para 180 créditos de 27 horas (padrão europeu European Credit Transfer System for Vocational Education and Training - ECVET). Esse novo sistema começa a operar em agosto de 2015.
Mais informações em https://webgate.ec.europa.eu/fpfis/mwikis/eurydice/index.php/Finland:Organisation_of_Vocational_and_Technical_Upper_Secondary_Education

Capacitação de professores - Professional teacher training in Finland

Como se tornar um professor na Finlândia?

Há dois caminhos: fazer um curso que já fornece a capacitação pedagógica (o equivalente a uma licenciatura no Brasil) ou fazer essa capacitação posteriormente. Vou me deter na seguinte situação: fiz um curso de engenharia e gostaria de dar aulas em um curso técnico. Como meu curso não deu suporte pedagógico, devo participar de um curso chamado vocational teacher education. Como nos demais níveis de ensino, esse é um curso financiado pelo governo, sem pagamento de mensalidades.

Vocational teacher education

Esse é um curso de 60 créditos. Cabe aqui uma explicação sobre a definição de crédito. Cada crédito equivale a 27 horas de trabalho do estudante, ou seja, engloba todos os projetos, tarefas e demais atividades que o estudante desenvolve também fora da sala de aula. Lembrando disso, obtemos que 60 créditos representam um curso de aproximadamente 1600 horas. Na HAMK, o curso é oferecido em duas modalidades: blended-learning (que no Brasil seria o "semi-presencial", com duração de um ano e meio) e totalmente à distância (e-learning). A carga horária média recomendada para estudo é de 25 horas por semana. Em inglês, pode-se conhecer mais sobre o curso no manual do ano 2014-2015, a partir da página 78.
Embora esse curso tenha carga horária semelhante a um curso de mestrado, ele não é um mestrado. Seria o equivalente no Brasil a uma especialização.

Quais os requisitos de acesso?

Um curso de graduação e, no mínimo, três anos de experiência na área profissional. Não é necessário estar dando aulas, mas a comprovação de experiência na área profissional (engenharia, por exemplo) é imprescindível. Na HAMK, em 2014, foram 1276 candidatos para 360 vagas.

Para dar aula a alunos com necessidades específicas, o que preciso fazer?

Você deve completar um curso, vocational special needs education, também de 60 créditos. O requisito de acesso é ter feito o curso geral vocational teacher education (ou equivalente a licenciatura) e ter no mínimo um ano de experiência docente.


Que outros cursos existem?

Na Finlândia, há a figura de vocational counselor, o profissional que guia e dá aconselhamento aos estudantes. Para atuar nessa função, deve-se completar o curso professional guidance counselor education, também de 60 créditos. Esse curso não habilita o profissional a dar aulas.

Informações sobre os cursos da área Professional Teacher Education na HAMK, em finlandês.

Powtoon - Uma ferramenta fácil para animação

Uma ferramenta bastante interessante que conheci, através da profa. Carolina Corado, do IFRN, foi o Powtoon.
É fácil criar uma animação com o Powtoon, é como se dentro de cada slide você fizesse o roteiro da animação. Há vários modelos prontos, especialmente nas contas de tipo educacional. As animações podem ser exportadas como vídeo para o Youtube.
Fiz uma apresentação da minha ideia de projeto usando essa ferramenta. Há alguns pontos a melhorar, mas como primeira tentativa, acho que passa o recado.


ATENÇÃO: Promoção, até o final de outubro, para contas de professor+60 contas de aluno gratuitas: http://www.powtoon.com/lp/toonup/

domingo, 5 de outubro de 2014

Outono e a passagem do tempo

É impossível não perceber que o tempo passa por aqui.
16/08

30/09

18/09

05/10
03/09

04/10
Enquanto em Florianópolis, a mudança é de 1 minuto por dia, a mudança aqui é de 5 minutos/dia. Pelo calendário oficial, em 1/9, o sol nascia às 6h14, com o pôr-do-sol às 20h25. Em 1/10, já estamos com o sol nascendo às 7h25 e se pondo às 18h53.

Esses dias, estava pensando que não há só quatro estações aqui, a mudança é muito rápida, se vive em constante mudança. E depois disso, leio que a tradição do povo Sámi, da Lapônia, conta 8 estações no ano.