segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Entrevistas com estudantes - Interview with students

No dia 13 de outubro, conversamos com estudantes do curso que no Brasil seria Sistemas de Informação, ofertado no Campus Visamäki da HAMK. Esse é um curso de 210 créditos, com duração de 3,5 anos.
Ficamos Pedro, Priscila e eu com dois grupos. O primeiro, com 6 alunos e o segundo com 4. Interessante que os grupos foram bem diferentes. No primeiro, foi difícil de arrancar alguma palavra. Pareciam a imagem do típico finlandês. Só dois alunos interagiram mais. Já no segundo grupo, a participação e interação foi mais equilibrada. Tentei descobrir uma razão para essa diferença, mas não encontrei. Em ambos os grupos, os alunos eram de Hämeenlinna ou cidades pequenas próximas, com faixa etária de 20 anos. Só um era de Tampere.

A cidade

De modo geral, o que senti é que acham Hämeenlinna meio sem graça. The city is ok; the location is good. Pelo que entendi, para a gurizada, assim como no Brasil, cidades mais agitadas tem um apelo maior. Pelo menos, de Hämeenlinna é fácil ir para Tampere ou Helsinki. O aluno que era de Tampere está gostando de morar aqui porque está fora da casa dos pais.

Ensino médio

Nesse grupo de 10 alunos, só 1 fez ensino técnico na área de Elétrica. Os outros estudaram no ensino médio regular.

A escolha do curso

Para alguns deles, HAMK não foi a primeira opção da prova que seria equivalente ao nosso ENEM (matriculation examination), dando acesso ao ensino superior. A escolha pela área de tecnologia deve-se à percepção de que há oferta de trabalho. Um deles citou que 95% dos alunos saem empregados. Há um certo apoio na escolha do curso por parte da escola de ensino médio, pois os alunos tem alguns encontros com um conselheiro, principalmente no último ano, antes do matriculation examination. Assim como no Brasil, a concorrência em alguns cursos como Medicina ou Direito é alta.

Qualidade do curso

Em relação à qualidade do curso, não sentem problema em estar em uma cidade menor. Acham que o curso é bom e que a qualidade dos cursos não varia muito dentro da Finlândia. Senti um pouco de apatia no primeiro grupo; o segundo parecia mais animado com o curso.

Welfare state

Em um dos grupos, acabamos conversando sobre o sistema de welfare state. Há certa discussão sobre esse tema na Finlândia, mas me pareceu que acham importante, pois nem todo mundo consegue emprego de imediato. Também permite que não exista muita desigualdade social, o que é bom para todos. O que achei mais interessante é que o objetivo do seguro-desemprego é manter a dignidade do indivíduo, de modo que consiga se reestabelecer no mercado de trabalho. Não é um serviço de migalhas, só para não passar fome. De qualquer modo, como implica em carga elevada de impostos, há contestações sobre sua existência.

Inglês

Acho que às vezes nem eles tem a percepção de que tem um bom nível de inglês para conversação. Ninguém fez curso extra, só o oferecido pelas escolas regulares do fundamental e médio. O que acham que ajuda um pouco é o fato de que não há dublagem na TV; os programas são legendados.

Serviço militar

Desse grupo de 10, somente dois não fizeram serviço militar por conta de problemas de saúde. O período mínimo é de 6 meses e o recruta ganha 5 euros por dia de serviço. Esse valor baixo é meio desanimador para eles.

Experiência internacional

Eu imaginava que os alunos eram mais "viajados", que saiam pela Europa, mas essa não parece ser a realidade. Alguns comentaram que vão para as praias de lagos no sul da Finlândia. A internacionalização parece ser um desafio aqui, e muito maior no Brasil.

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On Sept, 13, we talked with students of Information Technology, a course offered by HAMK at Visamäki Campus. This course has 210 credits and it takes 3.5 years.
Pedro, Priscila and me talked with two groups. The first with 6 students and the second one with 4. It is interesting because the groups were different. The first one was more finnish, with less words. Students were from Hämeenlinna or nearby cities. Only one student was from Tampere. Their age was about 20.

The city

I think they feel Hämeenlinna a little boring. The city is ok; the location is good. Young people, as in Brazil, like bustling cities. At least Hämeenlinna has good connections to Tampere or Helsinki. The student from Tampere likes to live here because he is out of his parents' home.

High school

Only one student has completed a vocational course in this group of 10. The other 9 have completed general upper secondary schools.

Course choice

For some of them, HAMK was not the first choice in the matriculation examination. The choice for ICT seems to be related to the workplace. One of the students told us that employment rate after graduation is 95%. High schools offer some kind of guidance and counselling, specially in the last year before matriculation examination. Like in Brazil, Medicine and Law are very competitive.

 Course quality

Despite living in a small city, they don't notice problems with the quality of the course. They think that the course is good and the quality inside Finland is not so different.

Welfare state

In a group, we talked about the welfare state. There is some discussion in Finland about this theme, but students think the system is valuable, since there is some shortage of employment. It also helps in reducing social inequality, what is good for everybody. I appreciated the goal of the system: maintain the dignity of the person, in a way he/she can look for another job without so much pressure. It is not only a service to avoid hunger. Anyway, as it works based on taxation, there is discussion about it.

English

I think they don't notice how good is their English conversation level. And what impress me is that it is only from regular schools. They think closed captions in Finnish TV help them to develop listening skills.

Military service

Only two in the group have not been to Army, because of health problems. They spend 6 months there and they earn 5 euros a day. This is a discouraging low salary

International experience

I thought young people here was more used to travel abroad, at least to the rest of Europe. But it seems this is not true. Some one them have summer vacation in lake beaches, at the south of the country. Internationalization is still a challenge here, and a much bigger in Brazil.

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